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Alguns devem logo citar o fato que PMDB venceu em seis capitais. Primeiro: o partido já possuía cinco capitais e o crescimento para seis não pode ser considerado como algo extraordinário em uma eleição marcada pelo bom momento da economia e sua conseqüente tendência para a continuidade. Outro ponto: o PMDB foi grande beneficiário da migração de políticos de outros partidos para suas “hostes” (o prefeito Djalma Fogaça em Porto Alegre, Dario Berger em Florianópolis etc). E aí chegamos ao ponto mais importante: a que se deveu esse movimento?
A migração na maior parte dos casos se deveu simplesmente ao fato do PMDB ser o “menos partido” dos já poucos sólidos partidos brasileiros. O político que ambiciona liberdade de pular de lado a toda hora, de acordo com suas conveniências locais e sem compromisso com uma base programática não pode achar um lugar mais acolhedor que a “geléia peemedebista”. Seus ideais variam de acordo com a região, as alianças e os projetos de seus cardeais. É claro que há honrosas exceções, mas o grande trunfo peemedebista para sua manutenção como importante partido brasileiro é justamente não agir como agremiação partidária que deveria ser.
A partir de agora sempre surgirão entrevistas e análises prevendo uma candidatura própria do PMDB. Isso, apesar de pouco provável, até pode acontecer. Entretanto uma coisa é certa: os caciques sempre estarão prontos para usar a “flexibilidade doutrinária” peemedebista para embarcar em candidaturas mais competitivas.
A ironia é que uma eventual vitória do PMDB para presidente poderia fortalecer em excesso o partido, enfraquecendo seu grande trunfo de “não-partido”, o qual garante os passos livres de seus chefes e serve como atrativo para políticos personalistas atraídos pela liberdade de ação que o partido hoje oferece.
Confiando no DNA peemedebista, o cabo-de-guerra entre os blocos lulista e tucanos-democratas pelo PMDB deve se acirrar a partir do início de 2009. Seus caciques logo cuidarão de confirmar esta tese e se dividirão nas duas canoas.
Nenhum dos dois lados deve sonhar com a companhia de um PMDB unido e integral. Os grandes troféus na verdade são a coligação formal com o partido (e com ela o precioso tempo de televisão para 2010) e o apoio de setores com grande peso eleitoral como o Governador Sérgio Cabral, o Ministro Gedel Vieira Lima e o PMDB gaúcho do Prefeito de Porto Alegre Djalma Fogaça e do Senador Pedro Simon.
Já, após 2010, o problema é outro. Atrair o partido é fácil. O difícil é contentar o apetite de todos os chefes regionais.
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