
Foi anunciado alguns dias atrás o ex-Governador Geraldo Alckmin como o novo Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo. Se antes dessa “bomba”, a disputa entre José Serra e Aécio Neves pela indicação tucana à presidência já tinha o governador paulista como favorito, agora Serra parece ter conquistado uma dianteira difícil de ser tirada pelo governador mineiro.
Enquanto Aécio Neves tinha o PSDB mineiro fechado com ele, apostava em Geraldo Alckmin como seu peão a dividir o PSDB de São Paulo com Serra. Além disso, contava com o peso de Alckmin para rachar o restrito grupo de caciques tucanos que realmente mandam no PSDB. Indiscutíveis caciques, além dos próprios Serra, Aécio e Alckmin, somente Tasso Jereissati, Fernando Henrique Cardoso, Arthur Virgílio e o presidente tucano Sérgio Guerra. Mas do cardinalato tucano somente Jereissati parece ser um aliado certo de Aécio. O outro potencial aliado, Geraldo Alckmin, com seu novo cargo como auxiliar de Serra, parece ter mudado de canoa e embarcado nos planos do novo “chefe” rumo ao Planalto em 2010.
Enquanto Aécio Neves tinha o PSDB mineiro fechado com ele, apostava em Geraldo Alckmin como seu peão a dividir o PSDB de São Paulo com Serra. Além disso, contava com o peso de Alckmin para rachar o restrito grupo de caciques tucanos que realmente mandam no PSDB. Indiscutíveis caciques, além dos próprios Serra, Aécio e Alckmin, somente Tasso Jereissati, Fernando Henrique Cardoso, Arthur Virgílio e o presidente tucano Sérgio Guerra. Mas do cardinalato tucano somente Jereissati parece ser um aliado certo de Aécio. O outro potencial aliado, Geraldo Alckmin, com seu novo cargo como auxiliar de Serra, parece ter mudado de canoa e embarcado nos planos do novo “chefe” rumo ao Planalto em 2010.
Outra nuance dessa jogada do governador paulista no xadrez tucano foi enfraquecer a imagem que opõe um Aécio conciliador e agregador ao “trator” Serra. Afinal de contas, o principal desafeto do paulista é agora seu auxiliar direto. Existem algumas ressalvas à forma como feita a manobra (a ser abordada em futuro post), mas é uma mexida de peças que daria inveja até ao avô de Aécio, Tancredo Neves, símbolo máximo da mítica política mineira.
Tudo isso, somado aos robustos indíces do Governador de São Paulo nas pesquisas para a presidência em 2010, dão a Aécio Neves somente duas alternativas para ser candidato em 2010. A primeira é forçar a realização de prévias dentro do PSDB para a escolha de seu candidato e depois, o mais difícil, vencê-las. A segunda talvez seja mais arriscada ainda: tentar alçar vôo de outro ninho. O problema é que a única alternativa que pode fornecer a estrutura necessária a uma candidatura viável a presidente é o PMDB. Mas existe algo mais incerto que o ninho peemedebista com todos seus caciques e interesses locais?
Segue abaixo coluna de Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo de hoje. Interessante a questão do dilema de Aécio em relação à “fila” tucana e a questão do momento na política.
Tudo isso, somado aos robustos indíces do Governador de São Paulo nas pesquisas para a presidência em 2010, dão a Aécio Neves somente duas alternativas para ser candidato em 2010. A primeira é forçar a realização de prévias dentro do PSDB para a escolha de seu candidato e depois, o mais difícil, vencê-las. A segunda talvez seja mais arriscada ainda: tentar alçar vôo de outro ninho. O problema é que a única alternativa que pode fornecer a estrutura necessária a uma candidatura viável a presidente é o PMDB. Mas existe algo mais incerto que o ninho peemedebista com todos seus caciques e interesses locais?
Segue abaixo coluna de Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo de hoje. Interessante a questão do dilema de Aécio em relação à “fila” tucana e a questão do momento na política.
Folha de São Paulo
Fernando Rodrigues
O dilema de Aécio
BRASÍLIA - A disputa interna no PSDB pela vaga de candidato a presidente em 2010 tem 60 dias importantes pela frente. A acomodação de forças na legenda até o final de março indicará uma possível atrofia das chances do governador mineiro, Aécio Neves -e o consequente fortalecimento do paulista José Serra como o nome dos tucanos para a sucessão de Lula. Aécio deu um prazo para o PSDB regulamentar as prévias no partido. Em fevereiro, a Executiva Nacional tucana produz uma proposta. Em março, publica as normas sobre como os militantes, por meio de consulta direta, decidirão quem será o candidato a presidente. As prévias são a única chance (remota) de Aécio ser o escolhido. No caso de derrota, o tucano também poderia usar o clássico "venceu a democracia" para se justificar diante de seus correligionários. Se o partido ignorar o ultimato e não definir as regras da disputa interna até março, o mineiro fica encalacrado. Sua opção de risco é o caminho da rua, assinando a ficha em outro partido. A outra saída seria resignar-se ao manjado axioma sobre a fila da política. Serra, 67 anos, estaria na frente de Aécio, 49. Se política tem fila, também tem momento. Ulysses Guimarães teve o seu. Em 1988, seria até rei do Brasil. Foi convencido a esperar um ano. "Um ano é nada", diziam. Em 1989, Ulysses amargou menos de 5% na disputa presidencial. Aécio está enfrentando uma funesta conjunção astral na política. Seu melhor momento coincide em 2010 com a última chance de Serra se viabilizar para o Planalto. Esperar um pouco sempre é possível. Mas ser o governador mais bem avaliado da história de Minas Gerais por dois mandatos seguidos é um cenário difícil de repetir. O dilema do mineiro é espinhoso. Sacrifica-se pelo PSDB e por Serra ou faz um voo solo sem segurança sobre o local da aterrissagem.